Portas sentiu-se como "oitavo marido de Zsa Zsa Gabor"

Vice-primeiro-ministro quer "entendimento político" e "diálogo social". E insiste que "ainda é cedo para dizer como se fará" a saída do programa de assistência. Irlanda só anunciou decisão um mês antes, recordou.
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O oitavo governante a tomar a palavra na conferência da revista The Economist, Paulo Portas, disse que estava no papel do "oitavo marido de Zsa Zsa Gabor" (atriz que se radicou nos EUA e teve nove maridos): "Não sei como fazer isto de uma forma inédita e interessante", afirmou, citando uma frase do sexto marido da atriz e arrancando gargalhadas à plateia da Lisbon Summit.

E de facto não foi inédito o discurso que o vice-primeiro-ministro apresentou a gestores, empresários e banqueiros portugueses e internacionais, sobre estes quase três anos de governo - e de como o País chegou à crise de 2011, quando se "viveu uma séria crise de dívida e défice excessivos".

Como Passos Coelho, que discursou na abertura na terça-feira, sublinhou a importância de um compromisso com partidos e parceiros sociais. Como Maria Luís Albuquerque, que tomou a palavra momentos antes, insistiu que "o fim do programa não significa autorização para voltar à irresponsabilidade financeira". E como o secretário de Estado Carlos Moedas, que também falou na véspera, colocou o acento tónico nas "reformas estruturais" que o Governo fez. Como todos os governantes, afirmou que é "demasiado cedo" para decidir como sair do programa de assistência. A Irlanda só anunciou a sua decisão um mês antes do fim do seu programa, recordou.

Paulo Portas voltou a insistir no pós-troika. "A principal pergunta, quando estamos a chegar ao fim de um programa" - que foi aplicado porque o País tinha "défice a mais e dívida a mais" - "é quem nos garante como sociedade que não voltaremos a passar uma situação como esta". A resposta foi dada pelo próprio vice-primeiro-ministro: "Não é possível governar a endividar as gerações seguintes". Para depois sublinhar "o realismo é um princípio básico de um governo"

A rematar, no final de um discurso em português (apesar de ter respondido às perguntas em inglês), Portas dirigiu-se aos participantes estrangeiros. "Portugal é o país certo no caminho certo, não se arrependerão", rematou em inglês.

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